CAPÍTULO 4

Entramos na sala e Rober soltou minha mão, Luan que estava de costas com os braços apoiado na janela logo se virou e olhou pra mim com um sorriso encantador.

- Vem cá me dar um abraço muié – ele abriu os braços

Quando eu vi, já o estava abraçando. Um abraço tão intenso e acolhedor que se eu pudesse ficaria assim pra sempre. Eu o abraçava forte, sem dizer nada e pude sentir que ele me apertava, eu não o soltava e ele também não pensava em soltar. Mas eu queria olhá-lo, acariciar seu rosto. Pouco tempo depois sair dos seus braços tomando coragem de olhá-lo fixamente. As lagrimas que tanto fizeram força para sair simplesmente haviam sumido, o que por um lado foi bom, pois assim eu poderia enxergá-lo sem ter o os olhos marejados.

- Você é muito mais lindo do que eu imaginava – disse com a voz tremula. Eu ensaiei tanto o que dizer que no fim só conseguir dizer isso.

- Own , minha nega que isso, cê que é. Eu bem pensei  que cê fosse uma menininha, não uma mulher como eu to vendo que é – disse ele me analisando e logo dando uma risada

Não pude deixar de abaixar a cabeça envergonhada.

- Mas vem cá, fez boa viagem? – ele tentava puxar assunto.

- Sim, ótima – eu não sabia bem o que falar

- Ah, que bao intao rapaiz.. cê quer descansar um tiquin? Daqui a poco nóis vamo pra Londrina, vai ser mais umas horas dentro do avião – disse ele me olhando com um sorriso.

- Não, eu quero.. eu quero a.. – abaixei a cabeça e comecei a chorar

Uma hora as lagrimas viriam à tona.

- Oh meu Deus porque ta chorando coisa linda? – Luan me puxou para um abraço fazendo com que eu chorasse mais.

Eu chorava descontroladamente e tudo que eu conseguia falar era que o amava e que havia esperando muito para encontrá-lo.

- Roberval rapaiz, dá licença.. xô ficar sozinho com ela um pouco – pediu Luan e seguida Rober saiu.

E eu só sabia chorar e apertá-lo em meu abraço.

- Vem cá – disse ao me guiar ate a cadeira me fazendo sentar e se ajoelhando em minha frente segurando minhas mãos.

- Des.. desculpa Luan – dizia aos soluços.

- Que isso, não precisa pedir desculpas. É bonito ver sua emoção em estar aqui. – ele acariciava minhas mãos  - Mas oh eu vou ter que te pedir uma coisa e ocê vai ter que se esforçar em atender o meu pedido certo?

- Certo, eu faço tudo por voce, tudo que me pedir – disse ao dar mais um soluço

- Cê vai ter que tentar não ficar chorando e me tratar como se eu fosse um.. como vou dizer. . um amigo seu, nóis vamo viajar juntos, cê vai conhecer toda a minha rotina, vai ta do meu lado e eu não quero ocê chorando e tremendo por ai

Balancei a cabeça positivamente concordando com o que ele falava.

- Quero que essas duas semanas sejam importantes procê, a gente vai se divertir, brincar o tempo todo e no fim de tudo quero que cê leve só lembranças boas disso tudo – ele dizia sorrindo.

- Ta bom – suspirei – Eu vou tentar ficar tranqüila, sem chorar, sem nada. Pra viver tudo isso e lembrar cada detalhe.

- Isso rapaiz, assim que se fala, prometo procê que vou fazer tudo ser muito lindo – finalizou ele logo se levantando e me dando um abraço.

Mais uma vez eu dizia que o amava.

- Manuela cadê o Luan? – perguntou Rober entrando na van.

- Ele falou que ia atender umas fãs que tavam em frente ao aeroporto e logo viria – respondi.

Já se passavam quatro dias desde minha chegada, nesse tempo eu já tinha ido pra Londrina, conhecido o escritório e como tudo funcionava, Luan tinha me prometido levar para conhecer seus pais e sua irmã o que ficou pra depois, eu acompanhava ate onde eu podia os passos dele, eu não queria perder nada. Luan havia feito só dois shows desde que cheguei, e confesso o cenário tava incrível, eu acompanhava todo o show no cantinho do palco. Uma emoção incrível. Estamos na van esperando o Luan falar com algumas meninas que esperava ele no aeroporto, tínhamos acabado de pousar em Campinas para mais um show. Era sábado e no domingo Luan faria um show em Campo Grande que como ele mesmo disse era uma emoção muito grande fazer show em sua terra natal.

- Ai cara essas meninas são demais, se eu pudesse levar todas pra casa! – Luan entrou falando na van e com os braços cheios de presentes e entregou-os a Rober – Guarda pra mim.

- E ai coisa linda – disse logo quando se sentou ao meu lado

- E ai, nossa tem marca de batom aqui ein – eu disse passando o dedo em seu queixo

- Ah tem? Limpa ae pra mim – Luan virou o rosto pra que eu limpasse

Com delicadeza deslizei os dedos na marca de batom fazendo com que ela logo sumisse.

- Pronto! – disse

- Valeu minha nega – ele me agradeceu com um beijo no rosto

A cada dia eu tentava fazer o que Luan havia me pedido, o incrível era que eu estava conseguindo. Não tremia mais quando ele chegava perto, nem quando falava comigo. Ele era muito atencioso, mesmo quando não estava com ele, ele me ligava para saber como eu tava. Posso dizer que eu já o via como um amigo e me sentia da equipe. Procurava não pensar no fato de que uma hora isso iria acabar.

- Manuela, ajuda eu aqui cara.. não sei colocar esse trem por cima da camisa não – Luan pediu ajuda para que eu colocasse um colete de couro por cima da camisa branca que ele usava.

Estavamos no camarim e Luan já tinha atendido os fãs e logo subiria no palco.

- Também né Luan, tu colocou o trem ao contrario – disse arrumando o colete em seu corpo.

- Uai nem percebi – explicou-se

- Pronto coisinha – disse com um sorriso

- Obrigado princesa – Luan me abraçou pela cintura me fazendo extremecer com seu toque e com a palavra dita

- Epa, o clima ta bão ai..  mas Luan, dez minutos voce entra no palco – disse Rober ao entrar no camarim e estragando o momento.

Luan me olhou de um jeito diferente como se não quizesse sair daquele abraço. Confesso, em quatro dias ele não tinha me olhando daquela forma. Uma forma que fez algo em meu coração aparecer, eu não sabia bem o que era ou sabia e não queria acreditar.

Mais uma vez Luan arrebentou no palco, Campinas inteira foi a mil com toda a energia existente naquele lugar. Eu acompanhei como sempre o show inteiro na lateral do palco, e pude notar que em alguns momentos Luan me olhava, de uma forma diferente. O que fazia meu corpo inteiro desmontar.

Ao fim de tudo, seguimos todos para o hotel. A banda foi em outra van mais cedo e Luan Rober e eu, seguimos de carro com o resto do pessoal.

Eu estava em meu quarto que por coincidência era no mesmo corredor do quarto do Luan. Já havia tomado banho e estava de pijama, já era quase 3 da manha e eu estava muito cansada, já tinha ligado para os meus pais e pra Bárbara contando como tinha sido meu dia. Deitei na cama e fiquei olhando pro teto, não parava de pensar  na forma em como o Luan havia me olhado durante o show.

Fui interrompida de meus pensamentos quando ouço alguém bater na minha porta. Provalvemente era Marla que sempre após os shows iria ao meu quarto ver como eu estava. Dávamos-nos tão bem, ela é mesmo um amor de pessoa. Levantei e fui abri a porta surpresa ao ver que não era Marla.

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